quarta-feira, 14 de março de 2012

 

Vem cá, Zé. Deixa eu te falar. Sinto muito todas as vezes que tenho que dar essa notícia à alguém. Sinto de verdade, mas tenho que dizer: tu tá apaixonado e, por tabela, fudido. Já era, man. Agora, ou tu arranca o coração do peito e morre logo, ou deixa ele taquicárdico pra morrer do mesmo jeito, mas em vida - e eu, particularmente, prefiro a segunda opção. Agora não tem mais jeito, então, curte essa porra dessa paixão. A gente nunca sabe no que vai dar mesmo. Talvez tu chore, talvez ria. Talvez construa um baú no fundo mais fundo do seu íntimo e a esconda dos outros e de si mesmo, talvez retalhe-a para juntar cada pedacinho mais tarde, talvez gaste todo o crédito mandando sms pro celular dela só pra saber como está sendo o dia. Talvez sonhe com ela todas as noites, talvez se morda de ciumes por ela estar de namorado novo, talvez fale com ela todos os dias, ou só de mês em mês. Talvez ela venha a se fazer sua, ou talvez nunca passe perto da sua pertença. Mas, enquanto o 'talvez' existir e insistir em permanecer, delicie-se... Lambe os dedos; 'a vida é tão rara' (já afirmou Lenine, numa melodia); não pode ser desperdiçada assim. Um dia, correspondido ou não, vai passar. Aproveita: tem gente usando droga, gastando com remédios, fazendo macumba e plantando bananeira pra alcançar esse nirvana, e tu correndo disso? Eu sei que dá medo, que a gente acha que é dopamina demais pra uma vida só, mas bota uma coisa na tua cabeça: viver dói, mas compensa. Muito.

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