terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu corro.


Todo cuidado agora é pouco. Neuroses e traumas à parte, cautela, mais do que nunca, tornou-se meu lema. É que a essa altura, penso em minimizar ao máximo a possibilidade de errar, já que anulá-la é impossível. Ao mesmo tempo, numa contradição estúpida, sinto o impulso vital de me jogar de um penhasco, ciente que da queda posso herdar tanto a morte quanto a vida propriamente dita; não essa que me atestam pelo simples fato de eu respirar, mas uma vida de verdade. Eu corro contra um tempo que insiste em não me esperar, e não há barganha ou acordo que o convença a ser meu aliado. Eu corro atrás de um tempo que eu julgo ter perdido,e desejo dias de 30 horas, noites estreladas, lua cheia e brisa na cara, sentimentos sinceros e música tocando nos auto-falantes dos postes sem cessar, só pra tentar compensar os dias idos e infrutíferos. Corro porque faz bem pro coração; esse sedentarismo de contentação barata não ficou pra mim. Corro até cansar, e quando cansar levanto e corro de novo, seja pra fugir da dor ou pra ir de encontro ao que me faz bem. Eu corro. Porque se eu não correr, ninguém vai correr por mim.

AGORA


Agora, meu lema é AGORA. Suscetíveis à tantas oscilações no planeta vida, nada podemos prever, muito menos a infinitude das coisas. Toda visão romântica da vida joguei fora. A coisa aqui é muito mais instintiva do que sentimental: nada de coraçõezinhos sobrevoando as nossas cabeças. Sobrevive quem melhor administra seus instintos, suas dores, suas derrotas e decepções. Sobrevive quem derrama suor, que consegue escapar, ainda que ferido, da selvageria que nos rodeia. Mania de eternidade também já tive, mas ela se acabou. Eterno mesmo, só meu Deus. Sim, coraçõezinhos cor-de-rosa existem, mas têm hora certa pra entrar em cena, e são voláteis. Melhor assim. Pé no chão é uma das melhores virtudes que se pode ter.

domingo, 14 de outubro de 2012


"[...] Não tenho medo de nada, eu acho. Talvez dela perceber que, na verdade, eu sou um fraco. Sabe, cara, eu convivo diariamente com essa sensação de que ela merece alguém melhor, capaz de protegê-la de verdade, dar-lhe um centro, uma vida, talvez uma família. Ela jamais ouvirá da minha boca, mas eu não me acho suficiente. É isso, meu medo é que ela descubra sozinha. Acho que tenho medo mesmo é dela inteira, mais do que, sei lá, de assalto ou de avião. O que é estranho, porque ela é tão pequenina e delicada e inofensiva. [...] Ela tem uma bunda maravilhosa. Mas, sério. Eu gosto quando ela adormece no sofá e depois faz manha para ir deitar na cama.. Então ela pede que eu a abrace de conchinha, ao menos até pegar no sono. Cara, eu odeio dormir de conchinha, detesto aqueles fios soltos de cabelo pinicando meu nariz. Mas adoro o cheiro que ela tem na nuca e ficar colado naquela bunda. Não sei como resolver isso. [...] E se nesse tempo ela conhecer outro? Azar, que se foda. Eu vou até lá.. Sei que estou sendo contraditório, mas como não ser? Eu amo ela. É a minha garota e pronto. Não tem como fugir disso.. Estou ouvindo os ecos da minha própria voz gritando o nome dela." (Gabito Nunes)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Último Minuto


A ideia é viver como se fosse o último minuto, não pelo desespero dessa possibilidade, mas pelos simples fatos da existência da tal possibilidade e da efemeridade dessa vida. Cada momento vivido é único, e não volta. E os não vividos, também não.