sábado, 12 de maio de 2012


Amar não mata! Nunca vi ninguém morrer disso, pelo contrário. O amor, mesmo quando não correspondido, mesmo quando conduz ao sofrimento, quando dilacera a alma, nunca vai deixar de ser a coisa mais sublime e mais essencial dessa vida. O amor é tão perfeito que, se por vezes nos faz afundar, também nos salva; basta que tenhamos calma para, em meio ao naufrágio, reencontrá-lo - em si próprio ou, de repente, em outro alguém. A falta dele também não mata, não... Mas nos resume a cultivar uma existência, e não uma vida. E não existe nada mais triste nessa vida do que vê-la passar por nós sem que tenhamos passado, de fato, por ela. É como ter um coração batendo, mas não poder entender o porquê de tanto 'tum-tum-tum'. É como andar pelas ruas e pelas calçadas em coma; só um corpo perambulando, movido por milhões de moléculas de ATP. É vazio demais, tão vazio, que o nada se confunde e se faz tudo dentro de quem opta por esquivar-se dele. Um tudo de nada. Volume de vácuo.

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